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FIV e FeLV: Investir em prevenção é cuidar da qualidade de vida felina

Se você é veterinário, lojista ou gateiro provavelmente já ouviu falar em FIV e FeLV, e sabe bem que essas doenças geram dúvidas, decisões difíceis e demanda por diagnósticos confiáveis. Por isso, informações técnicas e acessíveis são fundamentais! 

O Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV) e o Vírus da Leucemia Felina (FeLV) são retrovírus que, embora com características distintas, compartilham a capacidade de comprometer seriamente o sistema imunológico dos nossos amigos de quatro patas, tornando-os vulneráveis a diversas doenças. Neste post vamos falar sobre FIV e FeLV, principais características, seu diagnóstico, prevenção e como médicos veterinários e pet shops podem oferecer soluções seguras para a saúde dos felinos.

Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV): O "HIV Felino"

O FIV é um lentivírus, parente próximo do HIV humano, que ataca diretamente o sistema imunológico dos gatos, especialmente os linfócitos T CD4+, levando a uma imunodeficiência progressiva, deixando-o mais suscetível a infecções oportunistas, inflamações crônicas e problemas variados. É fundamental entender que este vírus é altamente espécie-específico, ou seja, infecta apenas felinos. Não há qualquer evidência científica de que o FIV possa ser transmitido ou causar doenças em humanos. Uma preocupação a menos para os tutores, mas um alerta para a proteção dos nossos gatos!

Vírus da Leucemia Felina (FeLV): Um Inimigo Silencioso

O FeLV é um vírus que afeta felinos domésticos e alguns selvagens, sendo uma das principais causas de doença e morte em gatos. É diferente, pois atua como vírus imunossupressor e pode estar associado ao desenvolvimento de neoplasias, podendo causar anemia, linfomas, alterações hematopoiéticas e crítica imunidade. Em muitos casos, pode evoluir rapidamente para doenças graves. Ao contrário do FIV, o FeLV é mais sensível e frágil fora do hospedeiro, sendo facilmente inativado por desinfetantes comuns, sabão, calor e secagem. Contudo, em ambientes úmidos, pode sobreviver por até 48 horas, o que reforça a importância da higiene e desinfecção.

Transmissão: Como o FIV e FeLV são transmitidos?

A principal forma de transmissão do FIV é através de mordidas profundas durante brigas entre gatos. A saliva de um felino infectado, carregada de partículas virais, entra em contato direto com a corrente sanguínea de um gato não infectado. A transmissão da mãe para os filhotes (vertical) é menos comum, mas pode acontecer durante a gestação ou amamentação.

Quem está mais vulnerável? Gatos que têm acesso à rua e se envolvem em brigas, machos não castrados (devido ao comportamento mais agressivo e territorial) e ambientes com múltiplos gatos e uma dinâmica social instável são os principais fatores de risco para a disseminação do FIV.

A transmissão do FeLV ocorre principalmente através do contato próximo e prolongado entre gatos. O vírus é eliminado em altas concentrações na saliva, secreções nasais, urina, leite e fezes. As formas de infecção incluem interações amigáveis (como a lambedura mútua), brigas (mordidas), compartilhamento de potes de comida e água, e a transmissão vertical da mãe para os filhotes (durante a gestação, parto e amamentação). A transfusão de sangue também é uma via de transmissão, por isso, doadores devem ser rigorosamente testados para provírus FeLV.

Quem corre mais risco? Gatos sem raça definida, machos intactos, gatos que vivem ao ar livre ou em ambientes com muitos gatos (especialmente cinco ou mais) são mais suscetíveis. Filhotes são particularmente vulneráveis a desenvolver uma infecção progressiva.

Diagnóstico: precisão e confiança na rotina felina

O diagnóstico da FIV baseia-se na detecção de anticorpos por meio dos testes rápidos, a exemplo do Alere FIV/FeLV, amplamente utilizado na rotina clínica e em triagens. Um resultado positivo indica exposição ao vírus, mas é importante lembrar que gatos vacinados podem apresentar falsos-positivos.

Em filhotes com menos de seis meses, a presença de anticorpos maternos também pode gerar resultados temporariamente positivos. Nesses casos, o ideal é retestar após os seis meses ou confirmar por PCR, que identifica o material genético do vírus e elimina dúvidas em situações de vacinação ou resultados inconclusivos.

Já para o FIV, um resultado positivo (anticorpo detectado) geralmente indica infecção persistente, mas a interpretação deve considerar o histórico clínico, o estado imunológico e a idade do animal, já que falsos-positivos podem ocorrer em gatos jovens ou imunocomprometidos.

Já o FeLV é diagnosticado pela detecção do antígeno p27 em testes como o Alere FIV Ac/FeLV Ag Test Kit. Resultados positivos devem ser confirmados com métodos complementares, como PCR (RealPCR- qPCR), capaz de distinguir entre infecções progressivas e regressivas, fornecendo informações valiosas sobre prognóstico e manejo. Em gatos assintomáticos, é indicado repetir o teste entre 1 e 3 meses para verificar a persistência da infecção e confirmar o status viral.

Em caso de infecção, o que observar?

A infecção por FIV geralmente se manifesta em fases distintas:

Fase Aguda: Nos primeiros 1 a 3 meses após a infecção, o gato pode apresentar sinais inespecíficos como febre leve, perda de apetite e inchaço dos linfonodos.

Fase Assintomática: Esta é a fase mais longa, podendo durar anos. O gato parece completamente saudável, mas o vírus está ativo, replicando-se e enfraquecendo gradualmente o sistema imunológico.

Fase Clínica (AIDS Felina): Quando a imunodeficiência se torna evidente, o gato fica mais suscetível a infecções secundárias (bactérias, vírus, protozoários, fungos), doenças autoimunes ou câncer. Perda de peso progressiva e febre persistente são sinais de alerta e indicam um prognóstico menos favorável.

A forma como o organismo do gato reage ao vírus da leucemia felina (FeLV) pode variar bastante. Após a exposição, o desfecho da infecção depende da resposta imunológica:

Infecção abortiva: o sistema imune consegue eliminar completamente o vírus — o gato se recupera e não se torna portador.

Infecção regressiva: o vírus é controlado, mas parte do material genético (provírus) permanece integrado ao DNA do animal. Esses gatos podem não apresentar sintomas, embora exista risco de reativação viral em situações de estresse ou imunossupressão.

Infecção progressiva: ocorre quando o vírus permanece ativo na corrente sanguínea (viremia), levando à eliminação contínua e alto risco de desenvolver doenças graves.

Infecção focal: o vírus se replica de forma localizada em determinados tecidos, como glândulas salivares ou trato respiratório.
Gatos com infecção progressiva pelo FeLV estão mais propensos a anemia, linfomas e imunossupressão severa, o que os torna vulneráveis a infecções crônicas e recorrentes.

Prevenção e Manejo: o caminho para uma vida longa e saudável

Embora FIV e FeLV não tenham cura, com o manejo adequado e a prevenção são capazes de proporcionar anos de vida com qualidade aos gatos infectados — e de proteger os que ainda estão saudáveis. Para os que estão doentes, o principal é reduzir o risco de infecções secundárias e evitar a disseminação do vírus. O foco deve estar na testagem precoce, no controle ambiental e no acompanhamento clínico constante.

Ambiente seguro e manejo responsável: gatos positivos para FIV ou FeLV devem permanecer dentro de casa, evitando contato com felinos desconhecidos e reduzindo o risco de novas infecções. A castração é fundamental, pois diminui o comportamento de fuga e brigas, principais vias de transmissão do FIV.

Rotina veterinária regular: consultas a cada seis meses, com exames físicos completos, avaliação hematológica e monitoramento do peso, são indispensáveis para identificar precocemente alterações clínicas. O tratamento de infecções secundárias deve ser imediato.

Controle do estresse e nutrição adequada: ambientes tranquilos e enriquecidos ajudam a fortalecer a imunidade e evitar reativações virais, especialmente em infecções regressivas por FeLV. A alimentação balanceada, preferencialmente industrializada e de boa qualidade, minimiza riscos de contaminações bacterianas e parasitárias.

Prevenção e vacinação: a melhor estratégia ainda é evitar a infecção. Todos os gatos — especialmente filhotes, resgatados ou recém-adquiridos — devem ser testados para FIV e FeLV antes de serem integrados a outros animais. Os testes rápidos Alere FIV/FeLV são ferramentas práticas e confiáveis que permitem identificar precocemente o status viral e direcionar as condutas clínicas e preventivas. A vacinação é uma ferramenta poderosa na prevenção do FeLV. Todos os gatos em risco, especialmente filhotes e aqueles com acesso ao exterior, devem ser vacinados. A vacina para FIV, não está disponível no Brasil.

Educação e conscientização: a informação é uma das armas mais poderosas no combate às retroviroses felinas. Médicos veterinários têm papel essencial ao orientar tutores sobre testagem, vacinação e manejo preventivo. Os lojistas podem fortalecer essa rede de cuidado ao promover produtos e serviços que incentivem a saúde preventiva, ajudando a construir uma comunidade mais informada e responsável com o bem-estar dos gatos.

Total Vet e Saúde Felina: Somos parceiros!

O FIV e o FeLV são desafios persistentes na medicina felina. Com o avanço do conhecimento científico e das ferramentas diagnósticas e preventivas, é possível gerenciar essas infecções de forma eficaz. A colaboração entre médicos veterinários, tutores e lojistas é indispensável para proteger nossos companheiros felinos. A prevenção não é apenas uma medida de saúde; é um ato de amor e responsabilidade que garante a qualidade de vida e o bem-estar dos gatos, permitindo que vivam vidas plenas e felizes.

Na Total Vet, compreendemos a importância da prevenção e do diagnóstico precoce na luta contra o FIV e o FeLV. Os testes rápidos da Alere são ferramentas práticas e precisas para a prevenção e o diagnóstico precoce de retroviroses felinas. Com resultados rápidos e confiáveis, com Sensibilidade de 96% para FIV e 100% para FeLV e Especificidade de 98% para FIV e 100% para FeLV (Valores baseados nos testes protocolados no MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento),  garantem decisões seguras e fortalecem a confiança entre veterinários, lojistas e tutores.

Além disso, contamos com parceiros em rações, medicamentos e suplementos, oferecendo aos médicos veterinários e lojistas as ferramentas necessárias para um manejo eficaz e uma vida mais saudável para os gatos. Nossa missão é fornecer soluções seguras, práticas e confiáveis, que apoiem o diagnóstico, a prevenção e o tratamento das retroviroses felinas, promovendo bem-estar e longevidade. Para conhecer nossos produtos e soluções, entre em contato com nossa equipe hoje mesmo!

Referências

Cornell Feline Health Center. Feline Immunodeficiency Virus (FIV). Disponível em: https://www.vet.cornell.edu/departments-centers-and-institutes/cornell-feline-health-center/health-information/feline-health-topics/feline-immunodeficiency-virus-fiv
Documentação “FeLV e FIV” da Feline VMA / CatVets (diretrizes).
European Advisory Board on Cat Diseases (ABCD). GUIDELINE for Feline Leukaemia Virus Infection. Disponível em: https://www.abcdcatsvets.org/guideline-for-feline-leukaemia-virus-infection/
Medeiros SO, et al. Avaliação de dois testes sorológicos comerciais para diagnóstico de FIV e FeLV. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec. 2019.